Cultura de Segurança dos Alimentos – Primeira Dimensão: Estrutura Organizacional, Valores e Propósitos

cultura de segurança dos alimentos
Henrique de Castro NevesPor: Henrique de Castro Neves
e Keli Lima Neves
#culturadesegurançadosalimentos

 

 

 

 

 

O que o está previsto no Posicionamento do GFSI:

4.1. Estrutura Organizacional, Valores e Propósito

A Visão e a Missão são estabelecidas pela equipe de liderança sênior e, quando aplicável, pelo conselho de administração ou proprietário do negócio. As declarações de Visão e Missão não precisam mencionar especificamente a Segurança de Alimentos, a importância destas deva ser refletida nas comunicações da empresa, incluindo seu website e relatórios anuais corporativos. Da mesma forma, os valores fundamentais de uma empresa transcendem todos os aspectos do negócio e informam a Cultura de Segurança de Alimentos.

 

Contribuição SEMEAR sobre Estrutura Organizacional, Valores e Propósito

Desde o nascimento de uma empresa, diversas coisas são essenciais para garantir seu crescimento e sobrevivência no mercado, por isso, podemos pinçar dois destes inúmeros fatores críticos de sucesso (estrutura organizacional, e diretrizes estratégicas) para detalharmos a seguir. Reiterando a importância destes dois assuntos, não só no universo da gestão de negócios, mas também na gestão da qualidade e Segurança de Alimentos, dentro da dimensão denominada “Visão e Missão” do documento do GFSI (Global Food Safety Initiative) sobre a cultura de Segurança de Alimentos, o tema estrutura organizacional, valores e propósitos é apresentado como um elemento crítico para que tal dimensão obtenha êxito e maturidade no processo da cultura de Segurança de Alimentos.

Não atoa a primeira dimensão definida pelo GFSI é a Visão e a Missão da empresa, pois é através desta definição que a empresa comunica a razão de ser do seu negócio. E o primeiro conteúdo crítico desta dimensão traz para mesa a avaliação da estrutura organizacional, os valores e os propósitos da empresa, isso porque, para que uma cultura de Segurança de Alimentos positiva seja construída e mantida, as diretrizes e a devida valorização ao tema “Segurança de Alimentos” deve partir da Alta Direção.

A Estrutura Organizacional pode ser definida como a maneira ou a forma na qual as atividades e a hierarquia de uma empresa estão organizadas, em geral pode ser facilmente compreendida através do organograma da companhia. Já a missão descreve a razão de ser de uma empresa, mais precisamente, explica “o quê” este empreendimento faz. Complementando a missão, temos a visão, que basicamente tem o objetivo de descrever onde a companhia pretende chegar, uma afirmação que, geralmente, traduz a ambição da mesma. Este conjunto de afirmações descritivas e, em geral, extremamente objetivas, são conhecidas como diretrizes estratégicas.

Como forma de ampliar ainda mais este espectro, trazendo ainda mais sentido para as empresas, complementando suas diretrizes estratégicas, temos os valores e o propósito. Como definição de valores, podemos afirmar que são as características que determinam a forma como os negócios da empresa acontecem (ou seja, “como” a missão é executada). Quanto ao propósito, ele deve nos esclarecer o “porquê” a companhia existe e faz o faz. Assim, temos nas diretrizes estratégicas uma fotografia completa da companhia, entendendo desde o porquê ela existe, como transaciona e o quê faz. Somado a isso, ainda é possível entender aonde a empresa deseja chegar, o que a visão nos responde.

Estes conceitos não são novos e as empresas já trabalham com estas definições, talvez o mais novo aqui seja a definição do propósito (a resposta do porquê) e esse talvez seja o coração deste “conteúdo crítico” definido pelo GFSI. Garantir que alimentos seguros cheguem a mesa dos consumidores deve fazer parte dos princípios de toda cadeia de produção de alimentos e o entendimento sobre Segurança de Alimentos deve se estender a todos os profissionais que trabalham com alimentos, cada um na sua proporção. Neste caso em específico, a Alta Direção e as demais pessoas envolvidas nas definições estratégicas e na diretrizes da empresa, deve entender o suficiente para a valorização adequada dos assuntos relacionados a Segurança de Alimentos.

O GFSI deixa claro que não há obrigatoriedade de as organizações inserirem em suas declarações de visão e missão a expressão literal “Segurança de Alimentos”, de qualquer forma é essencial que isso esteja refletido nas comunicações corporativas.

Deixamos aqui um adendo, ao fato de que, empresas que tenham certificações em normas de Segurança de Alimentos, devem atentar para os requisitos específicos da norma em relação a este tema.

Outra coisa que não se faz mandatório, mas que dependendo do arranjo já traz uma boa ideia da autonomia das áreas em uma determinada empresa é sua estrutura organizacional, ou seja, dependendo das relações de subordinação, já é possível identificar quais equipes possuem maior ou menor liberdade, autonomia e autoridade dentro do organograma.

Saiba mais sobre a segunda dimensão da cultura de segurança dos alimentos: Incentivos, recompensas e reconhecimento

Ouça o conteúdo completo que preparamos para você sobre a cultura de segurança dos alimentos:

 

Como vimos aqui, são muitas as possibilidades e também oportunidades, portanto, com diretrizes claras e objetivas, tudo fica mais fácil, pois as Partes Interessadas conseguem entender facilmente o que, como e porque a companhia faz o que faz, tornando claro ainda onde pretende chegar atuando desta maneira.

Se você está trabalhando a Cultura de Segurança de Alimentos na sua empresa, lembre-se que este tema deve fazer parte da Cultura Organizacional e as diretrizes iniciais devem ser traçadas junto a alta direção.

 

Referência:

GFSI, Cultura de Segurança de Alimentos, posicionamento do GFSI, V1 – 4/11/18

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