Alerta: Mortes por intoxicação por metanol em São Paulo
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP), emitiu uma recomendação crucial para estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas no estado de São Paulo e regiões próximas. A medida surge em resposta a uma série de casos de intoxicação por metanol, uma substância altamente tóxica, que representa um grave risco à saúde pública.
Sobre os casos de intoxicação
A motivação para a recomendação do MJSP reside em diversas ocorrências de intoxicação por metanol registradas em São Paulo em um período de 25 dias. Todas associadas à ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas. Desses, até o momento já foram registradas duas mortes, um homem de 38 anos e outro de 54, ambos no estado de São Paulo, além disso, outros pacientes seguem internados e mais de dez casos ainda estão sob investigação.
O metanol, um álcool não potável utilizado em processos industriais e automotivos, é extremamente perigoso para o consumo humano. Seus sintomas iniciais podem ser confundidos com os da embriaguez comum, mas rapidamente evoluem para manifestações severas como dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental e, mais alarmante, alterações visuais que podem levar à cegueira permanente. Além disso, em doses elevadas, a ingestão desse composto pode ser fatal.
Orientação para o setor privado e consumidores
A nota técnica, assinada pelo secretário nacional do Consumidor, enfatiza a necessidade de uma colaboração efetiva entre governo, setor privado e sociedade para combater a falsificação e proteger os consumidores.
Diante disso, as recomendações são direcionadas a uma vasta gama de estabelecimentos, incluindo bares, restaurantes, casas noturnas, hotéis, mercados, atacarejos, distribuidores, plataformas de e-commerce e aplicativos de entrega.
Assim sendo, entre as principais orientações, destacam-se:
- Compra segura e conferência de produtos: Incentivo à aquisição de produtos de fornecedores confiáveis e à verificação rigorosa da integridade das embalagens e rótulos.
- Fortalecimento da rastreabilidade: Aprimoramento dos sistemas de rastreamento de produtos para identificar rapidamente a origem de bebidas adulteradas.
- Identificação de suspeitas: Alerta para sinais de adulteração. Como preços anormalmente baixos, lacres danificados, erros de impressão nos rótulos, odor semelhante a solventes e relatos de consumidores com sintomas de intoxicação.
Desse modo, em caso de suspeita de adulteração, os estabelecimentos devem agir imediatamente. Interromper a venda do lote, isolar fisicamente os produtos, preservar evidências (garrafas, caixas, rolhas, rótulos) e manter amostras íntegras para perícia.
Se os consumidores apresentarem sintomas, o encaminhamento médico urgente e o acionamento do Disque-Intoxicação (0800 722 6001) da Anvisa são cruciais.
A comunicação às autoridades competentes, como a Vigilância Sanitária local, Polícia Civil (197), PROCON e Ministério da Agricultura e Pecuária, também é fundamental.
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