Crise de commodities: O fim da turbulência para cacau, café e açúcar?
A crise de commodities que manteve os fabricantes de alimentos em alerta nos últimos dois anos, marcada por picos de preços em produtos como cacau, café e açúcar, parece estar em um momento de alívio. No entanto, a questão central é se essa calmaria representa o fim da crise ou apenas uma pausa antes de uma nova tempestade.
Cenário atual das principais commodities
Cacau
O preço do cacau, que atingiu picos históricos, recuou para níveis próximos aos observados antes do início da crise. Atualmente, a tonelada está cotada em torno de US$ 5.529,11. No entanto, apesar da queda, o otimismo deve ser moderado. Desse modo, especialistas indicam que os preços não devem cair significativamente, pois, embora a demanda tenha diminuído, a oferta global para 2024/2025 foi revisada para um superávit menor do que o esperado (de 142.000 para 49.000 toneladas), devido a uma produção abaixo do previsto. Diante disso, a volatilidade, portanto, permanece uma preocupação.
Açúcar
O açúcar é a commodity que apresenta o cenário mais favorável, tendo atingido recentemente o seu menor preço em cinco anos. Assim, a expectativa é de que os preços se mantenham estáveis, sem grandes picos, devido à previsão de um superávit global no próximo ano, com a produção superando o consumo. As pressões climáticas foram a causa do aumento anterior, mas o perigo, por enquanto, parece ter diminuído.
Café
Os preços do café (tanto Arábica quanto Robusta) continuam elevados, próximos aos recordes dos últimos dez anos, impulsionados por secas, floração irregular e regulamentações como a EUDR (Regulamentação da União Europeia contra o Desmatamento). Contudo, a previsão é de um declínio gradual nos próximos meses. O aumento da produção em regiões como Brasil (Arábica) e Vietnã (Robusta) deve levar a uma estabilização dos preços ao longo do próximo ano.
Fatores de alívio
A melhora no cenário das commodities é atribuída a uma combinação de fatores:
- Aumento da oferta: Maior investimento em produção e técnicas de cultivo mais eficientes, juntamente com padrões climáticos mais favoráveis em 2025 e 2026, resultaram em mais suprimentos.
- Demanda mais fraca: A demanda dos consumidores diminuiu em muitos produtos que utilizam essas commodities.
Apesar do alívio, a crise não está totalmente resolvida. Desse modo, as causas fundamentais, como a seca, o calor e outras pressões climáticas, persistem. O momento atual é visto como uma pausa, e os fabricantes devem manter a vigilância, pois os riscos climáticos e as restrições de oferta continuam a ser ameaças para os anos seguintes.
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