Embrapa lidera acordo de inovação genômica com empresas indianas e brasileiras
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) assinou um Memorando de Entendimento (MOU) de cooperação científica e tecnológica com um consórcio de cinco empresas, sendo três indianas e duas brasileiras. Diante disso, o acordo, com validade de 10 anos, visa principalmente a transferência e validação de tecnologias genômicas da Embrapa para a pecuária leiteira da Índia.
O escopo da colaboração
O acordo é um desdobramento de um MOU anterior entre a Embrapa e o Conselho Indiano de Pesquisa Agrícola (ICAR). Pela primeira vez, empresas privadas dos dois países se unem em um projeto de melhoramento genético de ponta, envolvendo técnicas modernas de reprodução animal.
Desse modo, o consórcio é composto por três empresas indianas, Leads Agri Genetics Private Limited (focada em genética animal e tecnologias de laticínios), LeadsConnect Services Private Ltd (Analytics, AgriTech e análise de dados) e BL Kamdhenu Farms Limited (promoção da pecuária leiteira e desenvolvimento de ecossistema sustentável para raças nativas). Além disso, as duas empresas brasileiras são Fazenda Floresta (produção de embriões in vitro e operações leiteiras de alto desempenho) e DNAMARK (laboratório focado em melhoramento genético e genômico aplicado).
Benefícios mútuos e objetivos
Desse modo, a parceria é vista como uma via de mão dupla. Sendo assim, a Embrapa contribuirá com sua expertise em genômica, bioinformática e biotecnologias reprodutivas, focando inicialmente nas raças zebuínas. Em contrapartida, terá acesso a vastos bancos de dados genômicos e fenotípicos de raças indianas, o que é vital para aprimorar seus modelos de predição genômica e acelerar o ganho genético.
- Para a Índia: O principal objetivo é replicar a metodologia bem-sucedida da Embrapa no desenvolvimento do Gir Leiteiro. Assim, visando aumentar a produtividade de leite do país, que ambiciona alcançar a marca de 330 milhões de toneladas por ano até 2034. Com isso, a Embrapa fornecerá apoio técnico-científico para a estruturação de um laboratório de genômica e bioinformática e para a implantação de um sistema de produção de leite com dez mil vacas.
- Para o Brasil: O acordo abre o vasto mercado indiano para a exportação de sêmen e embriões brasileiros. Além disso, o acesso à variabilidade genética das raças indianas ajudará a diminuir o índice de endogamia (consanguinidade) no rebanho Gir Leiteiro brasileiro, um desafio crítico em programas de melhoramento genético intensivo.
Portanto, o escopo de cooperação é amplo, abrangendo áreas como recursos naturais e mudanças climáticas, biotecnologia, bioeconomia, tecnologia agroindustrial e agricultura digital, incluindo inteligência artificial.
Fonte da imagem: Freepik.