Anvisa aprovou 8 novos testes para o diagnóstico; Hospital Albert Einstein e rede pública usam o tipo PCR, que exige maior tempo de espera, mas é mais preciso.
Os testes para detectar o coronavírus podem levar de 15 minutos, com uma picada no dedo para tirar o sangue, ou até sete dias, com uma coleta no nariz e faringe por meio de um cotonete. A maior parte da rede de saúde opta pelo PCR, incluindo o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e o Sistema Único de Saúde (SUS). O tipo demora mais, mas é mais preciso.
Entenda os diferentes tipos, alguns em processo de aprovação, mas usados em outros países, e outros já disponíveis:
PCR
A infectologista Tânia Vergara, da Sociedade de Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro, explica que o teste do tipo PCR, o mesmo distribuído pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e feito pelo SUS nos laboratórios de referência, é o “padrão ouro”. Ela defende que seja feito sempre para confirmação da doença.
“Eles pegam o genoma do vírus, sequenciam, tiram um pedacinho da sequência e quando você coloca na presença do vírus, ele sinaliza”, explica.
Vergara diz que outros modelos de teste podem apresentar um resultado cruzado – mostrar um falso positivo, detectando uma resposta do corpo a outra doença. No caso do PCR, é uma detecção específica do vírus coronavírus, o que diminui o risco.
Mesmo após pedido da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que os países apliquem testes em massa, o Ministério da Saúde mantém a determinação de testar apenas casos graves nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.
A medida foi divulgada na sexta-feira (13) pela pasta, que apontou como justificativa para a mudança no critério de testes o fato de o Brasil ter alcançado 100 casos da doença e também o fato de haver circulação sustentada dentro desses estados.
Albert Einstein
O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, disponibiliza o teste do tipo PCR com pagamento particular. João Renato Rebello Pinto, coordenador-médico do Laboratório de Técnicas Especiais, diz que o teste de biologia molecular detecta qualquer amostra com mais de 5 cópias do vírus.
“É extremamente raro dar um resultado falso positivo ou negativo. Mas não podemos afastar totalmente essa hipótese”, disse o médico.
O Albert Einstein dispõe do teste PCR para pacientes apenas com pedido médico. O valor é de R$ 150. Com a alta demanda, o resultado, que demorava três dias, está demorando uma semana para ficar pronto. A coleta do material é feita com um cotonete (“swab”) no nariz e na garganta.
Diagnóstico Rápido por Fluorescência
O teste, protocolado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mostra o resultado de 15 a 30 minutos, de acordo com o diretor comercial da empresa Eco Diagnóstica, Jose Artur Moreira Chaves.
Ele tem uma coleta similar à do PCR: um cotonete (swab) retira amostra das vias respiratórias e é colocado em um reagente. De acordo com Chaves, a vantagem está no fato de o teste sair mais rápido e, assim, o paciente começar o isolamento mais cedo.
“O PCR precisa de uma estrutura laboratorial e a resposta demora alguns dias. O coronavírus, pelo alto nível de contaminação, precisa de um resultado rápido”, disse.
O teste detecta o vírus: o reagente, ao entrar em contato com o coronavírus, provoca uma reação por meio de fluorescência. A tecnologia é coreana e aguarda a aprovação da Anvisa e, então, terá um valor determinado para venda.
Chaves diz que a confiabilidade após três dias de infecção é de 100% e, antes disso, de 85%.
Imunomonocromatografia
A palavra comprida é o nome da tecnologia usada em um teste que demora 15 a 30 minutos para mostrar se um paciente está com o coronavírus. O modelo já é usado em 12 países, como França, Itália e Alemanha. Assim como o teste por fluorescência, foi protocolado na Anvisa e aguarda uma possível aprovação.
O preço ainda não foi estipulado, mas, segundo Anna Luisa Szuster, farmacêutica e diretora de relações internacionais da Medlevensohn, deverá custar menor que o PCR.
Em comparação com os outros disponíveis, a diferença está na coleta: no lugar de usar um cotonete nas vias, a pessoa terá o sangue coletado com uma picada no dedo, como é feito com a medição de glicose em diabéticos.
De acordo com Szuster, o sangue é colocado junto a uma solução com reagentes, que detectam o anticorpo criado pelo corpo depois da entrada do coronavírus.
“É como o teste de gravidez, a mesma ideia. Aí aparece o resultado depois de detectar”, disse.
Outras doenças, como o HIV, também usam esse tipo de teste rápido. Szuster diz que a empresa aguarda a aprovação para conseguir produzir 200 mil unidades. A farmacêutica diz que a confiabilidade é de 99,3%.
No dia 18 de março a Anvisa aprovou oito novos testes de coronavírus. Os produtos são para uso profissional durante a triagem e diagnóstico da doença.
Os produtos estão divididos em dois grupos, os que usam amostras de sangue, soro ou plasma (6 deles) e os que retiram material das vias respiratórias (2). Os resultados deverão ser interpretados por um médico e com o auxílio de dados clínicos e laboratoriais. De acordo com a agência, a oferta e produção dos kits dependerá da capacidade de cada empresa que recebeu o registro.
Fonte: G1
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