Crise da obesidade infantil global e o papel da indústria láctea
Crise da obesidade infantil global e o papel da indústria láctea. A obesidade infantil emergiu como a principal ameaça nutricional global, superando a desnutrição pela primeira vez na história, conforme um relatório alarmante da UNICEF. Entre 2000 e 2022, a taxa de obesidade em crianças triplicou mundialmente, passando de 3% para 9,4%. No Brasil, a situação é ainda mais crítica, com um aumento de 5% para 15% no mesmo período, quase quadruplicando os números. Dessa forma, esse cenário urgente exige um debate aprofundado sobre o futuro da alimentação infantil e o papel que a indústria láctea pode desempenhar.
Dados do Brasil e do mundo
O relatório da UNICEF, que compilou dados de mais de 190 países, destaca uma mudança histórica no perfil de saúde das crianças. Com isso, observou-se que a desnutrição, que durante décadas foi o principal alvo de preocupações em políticas públicas, deu lugar à obesidade. A obesidade infantil traz consigo impactos físicos, cognitivos e emocionais profundos. Diante desse cenário, especialistas apontam uma combinação de fatores como os principais impulsionadores dessa epidemia: consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, sedentarismo e uso prolongado de telas.
No Brasil, essa realidade ganha ainda mais força, sobretudo entre famílias de baixa renda, já que os alimentos ultraprocessados costumam ser mais baratos e fáceis de adquirir do que opções frescas e nutritivas.
Indústria láctea como protagonista
Diante desse panorama preocupante, o setor lácteo se apresenta como um potencial protagonista na solução. Assim, produtos como leite, iogurtes e queijos são fontes de proteínas de alta qualidade, cálcio, vitaminas e minerais essenciais para o desenvolvimento infantil. Sendo assim, para assumir esse papel de liderança, a indústria láctea precisa focar em três frentes estratégicas.
Primeiramente, reposicionar o portfólio, priorizando versões com menos açúcar e sódio e valorizando produtos naturais. Em segundo lugar, investir em educação alimentar, comunicando de forma clara os benefícios nutricionais do consumo equilibrado de lácteos. Por fim, estabelecer parcerias institucionais com escolas, governos e entidades de saúde para desenvolver programas de alimentação infantil.
Esse cenário não pode ser normalizado
O relatório da UNICEF enfatiza que a normalização desse cenário é inaceitável. Assim, o combate à obesidade infantil requer uma ação coordenada em múltiplos níveis, incluindo políticas públicas eficazes, regulamentações mais rigorosas sobre publicidade, tributação de bebidas açucaradas, educação alimentar e incentivo ao consumo de alimentos in natura. As consequências do aumento da obesidade são severas.
A indústria láctea, por sua vez, não está isenta de críticas. No entanto, o setor tem a oportunidade de oferecer alimentos de qualidade, com formulações transparentes e alinhados às necessidades nutricionais das crianças.
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