A sensibilidade ao glúten não celíaca e seu impacto na indústria

A sensibilidade ao glúten não celíaca e seu impacto na indústria

A sensibilidade ao glúten não celíaca e seu impacto na indústria

O mercado global de produtos sem glúten está em ascensão, com projeção de atingir US$ 13,67 bilhões até 2030. Dessa forma, um dos motivos para o crescimento desse mercado é a doença celíaca.  No entanto, muitos consumidores apesar de não ter a doença celíaca propriamente dita apresentam sensibilidade ao glúten não celíaca.

Sensibilidade ao glúten não celíaca

É caracterizada por sintomas gastrointestinais (como inchaço, dor abdominal e diarreia) após o consumo de glúten, na ausência de doença celíaca. Ademais, por ser majoritariamente autorrelatada e não possuir biomarcadores claros, a condição tem sido um desafio para a ciência e para a indústria. 

Uma ampla revisão do periódico médico The Lancet sugere que essa sensibilidade ao glúten pode estar menos conectada ao glúten do que se pensava. As pesquisas apontam para outros fatores como os verdadeiros impulsionadores dos sintomas:

  • FODMAPs: Carboidratos fermentáveis presentes em vegetais, frutas, leguminosas e cereais. Os FODMAPs são um conjunto de carboidratos que são mal absorvidos pelo nosso organismo e pode causar desconforto intestinal. Com isso, estudos indicam que os FODMAPs podem causar maior desconforto do que o glúten em si, e a sua exclusão da dieta frequentemente alivia os sintomas, mesmo com a reintrodução do glúten.
  • Eixo Intestino-Cérebro: A sensibilidade apresenta uma interação significativa com distúrbios na comunicação entre o intestino e o cérebro.
  • Efeito Nocebo: O oposto do efeito placebo. Pesquisadores observaram que a crença do consumidor sobre os efeitos do glúten influencia a condição, e não o glúten em si, pois muitas vezes os sintomas permanecem iguais ao consumir glúten ou placebo.
Implicações para a indústria de alimentos

Portanto, considerando que a demanda por produtos gluten-free (Livre de glúten) é majoritariamente impulsionada por consumidores com sensibilidade ao glúten não celíaca e por aqueles que buscam uma alimentação mais saudável (sem uma obrigação médica), o questionamento sobre a causa real da sensibilidade pode ter um impacto significativo no mercado.

Dainte disso, se as pesquisas continuarem a sugerir que a exclusão do glúten não é a solução para todos os que sofrem de sensibilidade, a demanda por produtos gluten-free pode ser afetada. A indústria pode precisar reorientar suas estratégias, focando em soluções que abordem a sensibilidade a FODMAPs ou outros fatores. 

 

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Fonte da imagem: Freepik. 

 

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