Gripe Aviária: Vírus H5N1 permanece ativo em queijos de leite cru por até 120 dias
Segundo relatório da Nature Medicine, o vírus da gripe aviária H5N1 pode permanecer no queijo de leite cru durante sua produção por até 120 dias, a depender da acidez (pH) do leite.
Preocupação com produtos lácteos não pasteurizados
O estudo liderado pela Universidade Cornell, destaca a crescente preocupação com o risco que produtos lácteos não pasteurizados representam para a saúde humana. Recentemente, o vírus H5N1 tem se disseminado entre o gado leiteiro, com altas concentrações virais detectadas no leite de animais infectados. Centenas de pessoas em todo o mundo, e dezenas nos Estados Unidos, já foram infectadas pela gripe aviária, com um óbito registrado na Louisiana. O vírus também tem sido encontrado em diversas espécies de mamíferos, incluindo gatos domésticos.
Resultados da pesquisa
Os pesquisadores avaliaram a resistência do vírus H5N1 em queijos de leite cru produzidos com leite acidificado em diferentes níveis de pH (6,6; 5,8 e 5,0), que foram inoculados com o vírus antes da fabricação do queijo. Com isso, cientistas validaram os achados em queijos comerciais de leite cru que continham leite naturalmente contaminado. Para avaliar a infectividade do vírus, pesquisadores administraram o leite cru e o queijo a furões.
Diante disso, os resultados indicaram que a sobrevivência viral está diretamente ligada ao nível de pH do leite cru. Assim, o vírus infeccioso continuou presente durante todo o processo de fabricação do queijo e por até 120 dias de maturação em queijos feitos com leite cru com pH de 6,6 e 5,8. No entanto, os pesquisadores não detectaram persistência em queijos com pH de 5,0.
Os furões que consumiram leite cru contaminados com H5N1 foram infectados pela gripe aviária. Entretanto, aqueles que consumiram queijo de leite cru ou uma suspensão de queijo não apresentaram infecção. Desse modo, os pesquisadores sugerem que a ausência de infecção após o consumo de queijo pode ocorrer porque o vírus talvez exija uma dose infecciosa oral mais alta em sólidos do que em líquidos. Ou à tendência dos furões de engolir pequenos pedaços de queijo inteiros, o que poderia limitar o contato viral e a exposição à orofaringe. A menor carga viral infecciosa nas amostras de suspensão de queijo também pode ter contribuído para a falta de infecção.
Conclusão do estudo
Dessa forma, os autores concluíram que a regulamentação atual, que exige 60 dias de maturação para queijos de leite cru antes da comercialização, é insuficiente para garantir a inativação do vírus HPAI H5N1 e a segurança do queijo. Dessa forma, eles recomendam a implementação de medidas adicionais, para assegurar a segurança dos alimentos.
Essas descobertas são cruciais para a indústria de laticínios e para as autoridades de saúde pública, reforçando a necessidade de revisão das práticas de segurança para produtos de leite cru, especialmente em um cenário de crescente preocupação com a disseminação da gripe aviária.
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Fonte da imagem: Freepik.
 
								