O renascimento do ferro: Inovações na suplementação para maior tolerabilidade

O renascimento do ferro: Inovações na suplementação para maior tolerabilidade

O renascimento do ferro: Inovações na suplementação para maior tolerabilidade

Por muito tempo, a suplementação de ferro, um mineral vital para o transporte de oxigênio, a síntese de DNA e o metabolismo energético, foi marcada por um dilema: sua eficácia era frequentemente ofuscada por efeitos colaterais gastrointestinais indesejados. 

No entanto, o cenário atual aponta para uma significativa transformação, que especialistas denominam o “renascimento do ferro”, impulsionado por avanços em formas química e tecnologia de liberação controlada.

O desafio histórico da biodisponibilidade

A absorção do ferro pelo organismo, conhecida como biodisponibilidade, é complexa e altamente influenciada pela sua forma química e pela matriz alimentar. Por isso, o organismo absorve com mais facilidade o ferro heme, presente em alimentos de origem animal. Entretanto, o ferro não heme, presente em vegetais e na maioria dos suplementos, tem sua absorção dificultada por fitatos, polifenóis e cálcio. 

Historicamente, a indústria por décadas usou sais inorgânicos (sulfato, fumarato, gluconato ferroso), formas que são eficientes. No entanto, esses sais comumente são associados a irritação intestinal e o sabor metálico. Diante disso, o grande desafio sempre residiu em encontrar um equilíbrio entre a eficácia biológica e a tolerabilidade gastrointestinal, sem elevar excessivamente o custo ou comprometer a estabilidade do produto.

Avanço tecnológico: A nova geração de complexos de ferro

A inovação tecnológica tem permitido o desenvolvimento de novas formas de ferro que superam as limitações das formulações antigas, oferecendo maior biodisponibilidade e um perfil de efeitos adversos significativamente reduzido. Entre as inovações destacam-se:

  • Ferro bisglicinato quelato: Ligação do ferro a duas moléculas de glicina. Com isso, a estrutura quelada protege o mineral de interações com inibidores de absorção (como o ácido fítico) e facilita uma passagem mais suave pelo trato gastrointestinal. Promove maior absorção com doses menores e reduz náuseas e constipação.
  • Ferro microencapsulado: O mineral é envolto por uma matriz protetora (lipídios, proteínas ou polissacarídeos). Assim, essa barreira controla a liberação, minimiza o contato direto com a mucosa intestinal e mascara o sabor metálico.
  • Ferro polimaltose e formas lipossomais: O ferro é ligado a polímeros de carboidratos, resultando em partículas de alta estabilidade e absorção gradual.
Fortificação de alimentos

A busca por produtos que sejam “gentle on the stomach” (suaves para o estômago) reflete a crescente conscientização do consumidor, que exige eficácia aliada ao bem-estar. Desse modo, essa demanda impulsiona a indústria a investir em pesquisa e desenvolvimento, especialmente no campo da fortificação de alimentos.

A incorporação de ferro em alimentos, como bebidas vegetais e fórmulas infantis, é tecnicamente desafiadora devido à reatividade do mineral, que pode causar oxidação de lipídios e alterar o perfil sensorial dos produtos. Por isso, as novas tecnologias, em particular a microencapsulação, são essenciais para garantir a estabilidade e um perfil sensorial neutro, mantendo a eficácia nutricional.

Em suma, a nova era da suplementação de ferro ultrapassa a mera correção de deficiências. Assim, ela se concentra em oferecer soluções mais seguras, inteligentes e versáteis, alinhadas às expectativas do consumidor moderno e às políticas globais de saúde pública. 

 

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Fonte da imagem: Freepik. 

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