Salmonella no frango nos EUA: Por que os casos não caem?
Apesar dos esforços regulatórios e da “lista de desejos” governamentais para tornar o frango mais seguro, o número de surtos de doenças por Salmonella atribuídos à carne de frango nos Estados Unidos permaneceu inalterado entre 1998 e 2022. Um artigo publicado no Journal of Food Protection concluiu isso ao analisar a persistência desse problema de saúde pública.
Estatísticas alarmantes
Desse modo, o estudo revelou que, no período analisado, foram registrados 366 surtos de Salmonella ligados ao frango, resultando em:
- 10.344 casos da doença
- 1.426 hospitalizações
- 12 mortes
Diante disso, estima-se que um quinto de todas as doenças por Salmonella nos EUA sejam atribuídas ao consumo de frango.
O problema do frango nos EUA
O consumo de frango nos EUA mais que dobrou desde 1970, e o padrão de consumo mudou drasticamente: a maior parte do frango é vendida como processada (52% em 2023) ou em pedaços crus (39% em 2023).
Com isso, a pesquisa aponta que as partes cruas de frango foram responsáveis pela maioria dos surtos. Sendo 5,6 vezes mais elevadas do que o esperado, considerando o volume vendido.
Desse modo, a contaminação por Salmonella ocorre facilmente durante o abate e processamento, espalhando-se das carcaças para as partes. Sendo assim, dados do National Antimicrobial Resistance Monitoring System (NARMS) indicam que uma em cada 25 embalagens de frango cru no supermercado está contaminada com a bactéria.
Estratégias de prevenção
Diante desse problema, pesquisadores defendem que são necessárias estratégias de prevenção em múltiplas camadas ao longo de toda a cadeia produtiva, desde a fazenda até o consumidor final, como:
- Vacinação de galinhas reprodutoras;
- Melhoria dos controles durante o abate e a fabricação, incluindo procedimentos sanitários adequados.
- Educação para serviços de alimentação e consumidores, visto que 30% dos surtos ocorreram em restaurantes e 25% em residências.
Assim, a persistência das taxas de infecção por Salmonella ligadas ao frango sublinha a necessidade urgente de novas abordagens regulatórias e de prevenção para proteger a saúde pública.
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