Surto recorrente de Salmonella strathcona na Europa: Tomates da Sicília sob investigação
Uma análise aprofundada revelou que a maioria das infecções por Salmonella strathcona na Europa está ligada a um surto recorrente anual que tem afetado centenas de pessoas ao longo de 14 anos. Com isso, a investigação aponta para tomates, particularmente da Sicília, como o veículo provável da contaminação.
Salmonella Strathcona foi inicialmente identificada em um surto em múltiplos países europeus no outono de 2011, com a Dinamarca registrando o maior número de casos. Diante disso, estudos epidemiológicos e rastreamento indicaram que pequenos tomates originários da Sicília eram o provável veículo de transmissão.
Ademais, em outubro de 2023, a Alemanha reportou 46 novas infecções por essa bactéria, vários outros países também registraram casos nessa mesma época. De acordo com análises genômicas retrospectivas, foi confirmada a ligação dessas novas infecções ao incidente de 2011, estabelecendo um padrão de recorrência.
Casos de doentes
Entre 2011 e 2024, um total de 643 casos foram identificados em 17 países. Além disso, quase metade dessas ocorrências foram registradas nos anos de 2023 e 2024. O surto persistiu em 2025, com 29 casos confirmados em nove países até setembro. Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) novos dados atualizados serão divulgados em breve.
Investigação e origem dos tomates
Em 2023, durante uma investigação na Áustria, tomates cereja orgânicos vendidos em uma rede de supermercados foram considerados o provável veículo alimentar, resultando em uma notificação ao Sistema de Alerta Rápido para Alimentos e Rações (RASFF) em janeiro de 2024. Desse modo, autoridades italianas de segurança dos alimentos auxiliaram na identificação dos canais de produção e distribuição.
Com isso, o lote envolvido foi provavelmente produzido por uma empresa orgânica certificada na Sicília. Em 2024, as autoridades italianas emitiram outra notificação RASFF devido a um surto nacional em escolas, onde Salmonella strathcona foi detectada em uma refeição contendo tomates cereja e pesto. Mais de 300 casos foram associados a escolas primárias e creches, com o rastreamento apontando novamente para tomates cereja da Sicília como o veículo suspeito comum.
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