A Tomada de Decisão nas Organizações

A consolidação da era da transformação digital está mudando a forma como as organizações tomam as suas decisões à medida que são aperfeiçoados os métodos de apoio a esse processo. Primeiramente foi possível melhorar a confiança nas decisões por meio de ferramentas de Data Science, que permitiram utilizar uma grande quantidade de dados históricos ou de coletas em tempo real.

Para ilustrar com um fato quotidiano da indústria, os sistemas MES (Manufacturing Execution System) atuais permitem que tenhamos dados online dos equipamentos, o que gera no final de um dia, um mês e um ano uma quantidade tal de informações que torna inviável qualquer tratamento manual. Nesse cenário, a data mining (mineração de dados) permite a geração de conhecimento para suporte às decisões sobre planejamento de produção, aprovisionamento e até investimentos em expansão com base nas evidências científicas.

Indo além, hoje os sistemas de gestão baseiam-se na análise de riscos e suas consequências, exigindo projeção de cenários a partir das informações disponíveis, o que torna o processo de decisão complexo a ponto de não ser possível a decisão sem a adoção de um método. Nesse sentido, intensificam-se os métodos multicritério para tomada de decisão (MCDA – Multi-Criteria Decision Analysis), pois esses incorporam novas perspectivas como a mitigação de riscos conforme a preferência dos decisores. Como exemplo, ao desenvolvermos um novo produto ou serviço devemos atentar não apenas para as necessidades e desejos dos clientes como para os impactos ambientais e sociais que a solução possa gerar, além da viabilidade financeira dos processos na escala desejada.

De forma simplificada, estes métodos MCDA apoiam os decisores à medida que selecionam, ordenam, classificam, dentre outras possibilidades, as melhores alternativas em função de critérios bem determinados e dos riscos identificados pela corporação. Assim, processos como seleção de portfólio de projetos, escolha de fornecedores ou matéria-prima podem ter suas alternativas priorizadas ou descartadas em função de diversos critérios escolhidos pelo tomador de decisão a partir do correto método MCDA.

Obviamente que as decisões corriqueiras do dia-a-dia como a opção por uma ou outra disposição das mesas no escritório da empresa continuem a ser tomadas institivamente a partir de dados qualitativos ou quantitativos. Contudo, cada vez com mais frequência são necessários os métodos multicritério para prever cenários em situações complexas e a complexidade da interrelação entre critérios requeiram um comprometimento maior com o acerto.

 

Coautores: Alaercio Nicoletti Junior e Maria Célia de Oliveira.

Maria Célia de Oiveira é Doutora em Engenharia de Produção, professora da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie na disciplina Tomada de Decisão e Diretora da UP-4.0 Technology.

 

Fonte: Fispal TecDigital

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