Uma correta e eficiente gestão de alergênicos requer muito detalhamento e acompanhamento. Em uma indústria de alimentos, deve-se mapear todo o processo produtivo, desde a aprovação das matérias-primas até a saída do produto final. Leia nosso artigo e saiba quais são as 9 etapas que devem ser feitas na fabricação de alergênicos.
As formas e a criticidade dos controles e dos monitoramentos será definida de acordo com o processo de cada empresa.
Para os casos em que há compartilhamento de linhas é de extrema importância, que além do controle das matérias primas, sejam realizados os controles do processo, através da otimização da programação de produção, acompanhamento de limpezas, com verificações e registros, validações dos processos e consequente declaração nos rótulos.
Para facilitar a compreensão da implementação do Gerenciamento de Alergênicos, podemos considerar os seguintes passos, como essenciais:
Primeiro passo
Mapeamento dos alergênicos e definição de qual a base legal será utilizada para a implementação dos controles. Uma vez definidos quais alergênicos deverão ser controlados, deve-se fazer a relação de quais matérias-primas, insumos, embalagens e outros materiais estarão envolvidos no processo de produção. Em seguida, deve-se elaborar a definição das especificações técnicas dos materiais e as possíveis contaminações que poderão estar presentes, sejam elas por contaminação cruzada ou por falha na gestão interna dos alergênicos pelo fornecedor.
Segundo passo
Estudo do leiaute das instalações. Este ponto é fundamental para definir fluxos e prevenir contaminações cruzadas por falhas oriundas de contrafluxos de materiais. Há casos em que é necessário construir novas áreas e definir novos leiautes, de acordo com o objetivo e estratégia da empresa.
Terceiro passo
Recebimento e armazenamento dos materiais. Umas das formas de contaminação cruzada é o mau acondicionamento dos materiais, que por ocasião de má manipulação podem gerar contaminações cruzadas.
Quarto passo
Conjugação dos trabalhos dos departamentos de programação e controle de produção (PCP) e produção, uma vez que em uma produção de alimentos o objetivo principal é reduzir set ups e otimizar os tempos.
Quinto passo
Controle de retrabalhos/reprocessos. Os reprocessos devem ser geridos adequadamente e sua utilização deve seguir as regras para evitar a contaminação cruzada. O ideal é que eles sejam usados apenas neles mesmos.
Sexto passo
Treinamento da equipe que deve estar preparada para desempenhar as atividades de acordo com o objetivo definido pela organização. Todos os colaboradores devem ter capacitação para executar as atividades.
Sétimo passo
Definição dos procedimentos de limpeza, atividades de monitoramento e verificação das atividades de controle dos alergênicos. As limpezas devem ser padronizadas e acompanhadas. As verificações também devem ser constantes e com frequência definida e eficaz para assegurar o andamento do programa. Devem estar previstas aqui as correções e ações corretivas, caso sejam identificadas falhas em qualquer etapa do processo de controle.
Oitavo passo
controle dos produtos finais, da expedição e também da definição de distribuição segura destes produtos.
Nono passo
Assegurar que os serviços de atendimento ao cliente sejam eficientes e rápidos para sanar dúvidas de clientes. A qualidade da informação é consequência de treinamentos.
O programa deve também possuir procedimentos de suporte, caso seja identificada a necessidade de alguma atividade complementar resultante de uma falha, como por exemplo um recall (recolhimento). Entendemos também que toda a eficiência do sistema de gestão de alergênicos está diretamente relacionada ao eficiente programa de comunicação definido pela organização.
A gestão de alergênicos não segue um padrão. Cada organização deve entender sua função na cadeia de alimentos. Isto inclui o conhecimento do processo, das pessoas, e dos parâmetros legais. Somente assim é possível interligar as estratégias de controle e implementar melhorias no sistema.
A rotulagem de alergênicos não consiste apenas em inserir as informações nos rótulos dos produtos. Ela é o resultado de uma análise crítica da gestão que se tem hoje, bem como das formas de controle definidas pela instituição.
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Referências
Esse artigo foi retirado do capítulo 3 do E.book Gerenciamento de Alergênicos, 2021, BRQuality e você encontrará as informações completas sobre esse assunto, para tratarmos detalhadamente de todos estes controles, dividimos o processo de fabricação em algumas etapas que são comuns a qualquer processo de fabricação e abordamos em cada um, as principais orientações para a implementação de um programa de Gerenciamento de Alergênicos.
Por: Keli Lima Neves e Ederson Josué