Diversidade sim, mas sem preconceito!

 

 

Por: Henrique de Castro Neves

 

 

Atualmente nada está mais na moda do que diversidade. Até a inclusão foi colocada de lado! E não me interprete mau, pois não compartilho tal pensamento de forma pejorativa, é que simplesmente me parece totalmente antagônico defender a valorização da diversidade – em pleno século XXI – através da imposição e da aceitação forçada, ao invés de se fomentar o respeito nas relações para que a verdadeira diversidade se torne algo natural e real nas relações humanas. Felizmente, fui criado em um ambiente bastante diverso, onde pude conviver na infância e juventude com pessoas consideradas diferentes de mim e do padrão social das décadas de 80 e 90, fosse pela cor, opção sexual, classe social ou religião.

 

Talvez soe como inocência, mas acredito que nascemos com uma inexorável capacidade de praticar a diversidade. Quem interage ou tem o mínimo contato com crianças, principalmente até um par de anos antes da pré-adolescência, sabe que talvez não haja maneira mais honesta de se obter uma conclusão simples e clara acerca de qualquer assunto do que bater um papo com essa turminha, pois ainda não foram contaminados pelo meio onde vivem a defender
padrões sociais ou estereótipos, então, é a mais pura verdade colocada para fora. Note que as crianças não demonstram nenhuma predisposição para discriminar qualquer indivíduo seja pela cor da pele, religião, classe social ou qualquer outra característica. Saindo do empirismo, para dar alguma credibilidade à argumentação, em 2018, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Nova York (NYU) e Amsterdam, envolvendo 203 crianças, entre 5 e 6 anos, e 403 adultos (brancos e negros), contradisse a hipótese de que as pessoas nascem com algum tipo de preconceito. É isso mesmo, segundo a pesquisa, ninguém nasce achando que é melhor que o outro! Outro apontamento da investigação é que a partir do quinto ou sexto ano de vida o ambiente começa a contaminar a personalidade da criança, através da influencia dos adultos que “ensinam” que existem divisões de raças e cores e melhores e piores.

 

 

Por definição a diversidade abrange tudo aquilo que é múltiplo, diverso, plural e não homogêneo. Acontece que hoje, diversos grupos, fortemente discriminados ao longo da história – isso é fato! Lamentavelmente irremediável – vem se posicionando de forma consideravelmente impositiva, tendo como pano de fundo a diversidade, com retóricas de
pagamento de dívida moral e outras tantas fundamentações, sem, curiosamente citar e/ou fomentar o respeito. Isso me provoca imenso desconforto, pois aprendi e entendo que o respeito pode ser definido como sentir empatia ou compaixão, entendendo o lado do outro, não julgando um indivíduo porque pensa diferente, ou por outra cor de pele, religião, opção sexual ou que fuja de quaisquer padrões até então propostos pela sociedade atual. Poxa, o que é isso,
se não um sinônimo de diversidade? Por que, então, não defendermos o respeito!?

 

 

Historicamente, sempre que grupos radicalizam seus ideais e insistiram em impor suas perspectivas como as únicas a serem aceitas, tivemos conflitos e a coisa se comportou como um ciclo nada virtuoso. Então, que possamos defender a existência de mais respeito nas relações entre as pessoas. Nada imposto ou forçado. Que de fato as pessoas possam ter a liberdade e a segurança de ser, pensar ou agir diferentemente umas das outras, sem se preocupar com o
politicamente correto que estiver na moda naquele momento. Que possamos influencia de maneira positiva as próximas gerações, para que se tornem pessoas melhores, que alimentem menos as polarizações e que sejam menos preconceituosas.

 

 

Posso estar angustiado e incomodado atoa, afinal, diferente de outros idiomas mundo afora onde o gênero dos substantivos é oculto, na língua portuguesa, o respeito é um substantivo masculino (não sei se de marte) e a diversidade um substantivo feminino (tampouco creio que seja de vênus), vai ver que é só por isso que andam se desentendendo!

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